quinta-feira, 28 de julho de 2011

Etiqueta à Mesa Como Comer e Cortar os Alimentos

Folhas Verdes Grandes

Espinafre, alface e outras verduras inteiras não devem ser cortadas. O correto é dobrá-las com a ajuda da faca e do garfo, a não ser que a salada já venha com as folhas rasgadas ou cortadas em tiras bem finas.

Espaguete

Não há outra maneira de comer senão enrolando a massa no garfo, rente ao prato, para absorver bem o molho. Nem pense em cortar o macarrão! Além de ser uma gafe, os italianos consideram tal gesto uma ofensa. Outras massas, como rondele, canelone e raviolone, podem ser cortadas, mas só com a ajuda do garfo – jamais use a colher para enrolar o macarrão. É completamente deselegante.

Coquetel de Camarão

Servido em recipiente próprio, com lugar para gelo moído na parte inferior. Come-se com colher de sobremesa na mão direita e garfo de peixe na mão esquerda. Se houver camarões graúdos, devem estar descascados, se estiverem sobre a borda da taça, devem ser colocado dentro da taça e cortados com a colher antes de levá-los à boca.

Sopas

As sopas, já no prato, são servidas pela direita. Porém quando é servida à mesa pelo garçom, a partir de uma terrina, o serviço é pela esquerda. A sopa se toma com a colher de lado, e não colocando a ponta na boca. Soprar a sopa quente, ou tomar ruidosamente qualquer líquido, é reprovável.

Pão

Há sempre um pratinho e uma faca reservados ao couvert no lado esquerdo da mesa. O correto é cortar o pãozinho com a mão e usar a faca para passar a manteiga, a pasta ou o patê. Se sobrou molho no prato – e somente se estiver irresistível – é perdoável saboreá-lo com o pão. Mas lembre-se: apenas em ocasiões informais.

Azeitonas

É mais prático e elegante servir as azeitonas sem caroço. Em todo caso, em ambientes formais, pegue a azeitona espetando com o garfo. E jamais retire o caroço da boca com a ajuda das mãos. Lembre-se: a etiqueta manda retirar o caroço da boca do mesmo jeito que ela entrou – com o garfo. Deixe o caroço na beirada do pratinho que fica do lado esquerdo da mesa. Só é permitido o uso do palito de dente ou as mãos em ambientes completamente informais.

Milho Verde Cozido

Existem espetos próprios para encaixar nas laterais da espiga. Assim, come-se comodamente, sem sujar as mãos.

Carnes Com Ossos

Costela de porco e de cordeiro e asa de frango são alguns exemplos. Sempre que possível, tente come-las usando os talheres, mas de outra forma não há constrangimento algum em usar as mãos – não é realmente simples comer esse tipo de carne com garfo e faca.

Alcachofras

São comidas com a mão, começando-se de fora para dentro. Com os dedos, destaque as folhas uma a uma, mergulhando a parte mais tenra no molho. Come-se apenas essa parte mais macia, o resto da folha é deixado de lado no prato. Na parte interna está o coração (fundo) da alcachofra, que requer a ajuda de talheres.

Ostra

Geralmente é servida na concha. Use o garfo específico para descolar a ostra e levá-la à boca. Mantenha a concha embaixo pra não pingar. É um molusco que vive no interior de uma concha acinzentada, que se fixa em rocheados da orla marítima.É considerado muito nutritivo e é afrodisíaco. Servidas como entrada e abertas sobre gelo picado, e em pratos individuais juntamente com limão cortado em gomos. Para comer, espreme-se o limão, segura-se a concha com a mão esquerda e retira-se o molusco com um garfo específico e de três dentes, mas informalmente você poderá usar garfos comuns de sobremesa, ou então levar diretamente à boca. Neste caso, o prato vem acompanhado de lavanda que é um cumbuca de vidro ou de outro material com água morna com gotinhas de alfazema ou limão para limpar a ponta dos dedos ao término da alimentação.

Que tal uma bebida? Um vinho branco gelado é uma ótima idéia.Não é muito difícil encontrar ostras, mas procure em um peixarias de confiança, porque é importante que estejam absolutamente frescas e jamais guarde esse alimento. As conchas normalmente vêm fechadas e no preparo deverão ser abertas com a ponta da faca. O molusco que está dentro contrai quando tocado. Comer em excesso poderá ser desastroso, o mesmo para ostras não muito frescas, evite arriscar-se.

Escargots

São servidos em pratos especiais, com cavidade para cada unidade. Devem ser segurados por uma pinça própria na mão esquerda e com garfo próprio na mão direita retira-se o conteúdo para comê-lo. Molusco terrestre, é encontrado nos bosques franceses, de muito valor é raramente consumido no Brasil por ser muito caro, e com certeza importados. Normalmente vem em latas que vem apenas a carne do escargot e são colocados dentro do próprio caracol para o preparo e servir. Prepare um molho à base de alho, salsa, manteiga, noz-moscada e ervas aromáticas importadas (de Provence) estragão, tomilho, segurelha e outras. Coloque um pouco de molho. Em seguida, eles serão arrumados com a boca para cima em um prato especial, antes de ir ao forno. Este prato tem pequenas cavidades próprias para acomodar o caracol, e é refratário. Se o caracol vazio não for encontrado,podem-se acomodar a carne e o molho em cogumelos grandes,com o talo cortado, virados com a parte côncava para cima. Depois de 7 minutos no forno bem quente, vai direto para a mesa, arrumando como está. Para comê-lo, há talheres especiais: uma pequena pinça na mão esquerda segura o caracol enquanto a carne é retirada com um garfo de dois dentes. A quantidade mínima por pessoa é de meia dúzia. Acompanha pão branco (a tradição francesa manda limpar o molho do prato com o pão) e o vinho tinto, mais próprio para acompanhar um molho tão ativo e aromático.

Talvez o maior problema em comer escargot esteja no equipamento especial que exige quando se quer servir dentro dos padões de etiqueta tradicionais. Um jogo de pratos e pinças custa caro e é difícil de encontrar. Mas isso não deve ser impedimento: com a imaginação e vontade de provar o escargot, esses "tropeços" técnicos podem ser driblados com o que você tem em casa.

Lagosta

Apesar de não ser um prato muito barato, em restaurantes principalmente, é um dos crustáceos mais conhecidos e apreciados no Brasil. Habitantes das costas atlânticas e mediterrâneas, ela aqui é pescada intensamente na plataforma continental de Pernambuco e Rio Grande do Norte. As lagostas atingem o tamanho máximo de 40 centímetros de comprimentos, têm cor vermelho-acastanhada, carapaça grande e espinhosa, e carne muito branca. Mas é sempre melhor optar pelas de menor tamanho, de sabor mais pronunciado, facilmente encontradas congeladas em peixarias. Sempre que possível, recomendam os conhecedores que sejam compradas vivas. Há muitas maneiras de preparar a lagosta: uma das melhores é cozinhando em um caldo temperado com louro, limão, cebola e cenoura. Depois de pronta, tira-se a casca, corta-se a carne em rodelas e serve-se fria com maionese. Outra maneira gostosa de comer é cortada ao meio, no sentido do comprimento e assada na grelha (mas não muito:quanto mais cozinha, mais fibrosa fica).
Depois, serve-se dentro da casca, regando com manteiga derretida e suco de limão. Solta-se a carne da casca com a ponta da faca, pelas bordas. Em seguida,coloca-se a faca sob a cauda para levantá-la. Na cabeça,a mesma coisa, tirando a parte verde que está grudada na carne. O talher usado é o próprio para peixes que vem no faqueiro tradicional.Acompanha vinho branco gelado ou Dry Martini com gim.

Sushi & Sashimi

Comida de origem japonesa, atualmente é comum encontrar restaurantes japoneses no Brasil e muito apreciado por causa do seu baixo teor de calorias além do seu delicioso sabor. Qual o sabor do sashimi? (Peixe cru) O sabor bem leve de peixe, talvez bem menos que peixes cozido e muito pouco enjoativo. Hoje em dia é muito comum restaurantes e rodízios de sushi, atualmente o sushi e sashimi é considerado por "ocidentais" um alimento saudável , leve e com poucas calorias. Peixes mais utilizados para o preparo do sashimi são: Atum e o Salmão; e o mais raro e mais caro é o sashimi de baiacú, que só deverá ser preparado por especialistas com certificações, porque o baiacú possui uma glândula que deve ser removido por sushi-man's especialistas, pois o líquido contido nessa glândula , é altamente venenoso, ou melhor mortal, um descuido qualquer, uma gota seria suficiente para matar uma pessoa.

Alcachofra

A alcachofra é uma flor, mas é comida enquanto botão. Tem folhas entre o verde e o lilás, muito ricas em vitaminas C, usadas também na preparação de remédios. A colheita começa quando acaba o frio e pode ser encontrada, nessa época, em qualquer feira livre. A parte comestível é a base da folha que se gruda ao pé, onde há um espécie de "carninha" macia e muito saborosa. Mas a parte nobre é o fundo da alcachofra, de sabor mais requintado. Serve-se cozida, como entrada, com um molho à base de vinagre ou de manteiga (conforme o gosto pessoal). As folhas são retiradas com a mão, uma a uma, e a ponta macia é mergulhada no molho (que deve estar em pequenos recipientes individuais, junto ao prato) e retirada com a ponta dos dentes. Depois, a folha é colocada na beira do prato. Para chegar ao fundo da alcachofra, é necessário retirar delicadamente os pêlos amargos que o recobrem, com o garfo e faca, cuidado para que ele não se desmanche. Regado com um pouco de molho, é uma verdadeira delícia.Como se come as folhas com a mão,a lavanda deve acompanhar. Pode-se, no entanto, preparar também só o fundo da alcachofra, cozido com vinho branco, óleo e hortelã, por exemplo, como recomenda uma antiga receita romana.

Fondue

Fondue significa Fondre que em frances é derreter, esse prato já comum no Brasil principalmente na época do inverno. Há vários tipos de fondue, e os mais comuns são, de queijo, (Tradicional suíço ), e o de carne, ( Borgonha- França). Os elementos básicos para o preparo são simples, mas é necessário um equipamento especial: fogareiro com uma pequena panela e garfos de cabo longo com dois dentes. Este equipamento é fácil de encontrar até em supermercados. Os materiais são muitos (da ágata, aço inoxidável, cobre, à prata). O preparo do fondue de queijo, usa-se o de tipo suíço ou do tipo prato, na proporção de 200 gramas por pessoa, procure não arriscar fazer no dia em que há os amigos em casa, faça experimentos para evitar constrangimento e ter que chamar pizzas. Corte o queijo em cubinhos e aqueça no fogão com um pouco de leite, até derreter. Acrescente vinho branco e kirsch (licor extraído de cereja). Depois, a mistura é despejada na panelinha que está na mesa sobre um fogareiro aceso, utilize alcóol para aquece-lo, jamais use outros combústivel como querosene, etc.. Cada pessoa espeta um cubinho de pão francês, ou qualquer outro tipo de pão a seu gosto, mas sempre cortado com um lado com a casca, pois só o miolo não há como o garfinho segurar por muito tempo, mergulhe no queijo antes de comer . Use com acompanhamento um bom vinho tinto.  O founde de carne, usa-se filé mignon fresco e cortado em cubos e mergulhe no óleo bem quente que está na panela. Depois de frita, a carne é passada em diversos molhos (maionese, sauce tartar, mostarda, picles, etc.), que devem estar espalhados na mesa, em pequenos potinhos. Use como um bom vinho tinto e pão branco.

Cuidados do Fondue

Nunca coloque a panela sobre uma mesa na qual as pernas não estão firmadas no chão, pois não se esqueça que há óleo quente, ou queijo derretido e o álcool nessa panela. E mantenha distante de criança; Cuidado para não levar à boca o queijo derretido muito quente. Fique atento para que o óleo não fique quente demais e cuidado para não colocar os garfinhos molhado com água, seque bem antes de utiliza-los. Fique atento se o queijo não está queimando no fundo, caso você perceba através do cheiro, apague o fogo sem assoprar, utilize o utensílio apropriado.

É divertido comer fondue, servir para uma roda de amigos em torno de uma única panela no centro da mesa. Antigamente era considerado um utensílio sofisticado e caro, hoje em dia você poderá encontrar em qualquer lojas por um preço acessível. Normalmente vem a receita na embalagem da panela.

Caviar

Normalmente servido sobre a torrada, como patê, ou nos blinis – um tipo de panqueca salgada de origem russa. Come-se com a mão. O Caviar são as ovas do esturjão, um peixe encontrado na região dos mares da Europa Oriental. Apesar de ser peixe de água salgada, ele desova nos rios que desaguam no mar. E chega desovar cerca de 3 a 5 milhões de ovos, ou o que chamamos de Caviar. Há também caviar de outras espécies de peixes marinho, como o de Salmão, o que chamamos de caviar rosa, e do esturjão é conhecido como caviar preto. A maneira mais comum de servir o caviar é com torradas, ou au blinis (tipo de uma panqueca), sempre como aperitivo ou entrada e jamais como um jantar. Uma boa dica é servir com torradas coberta com manteiga e com limão cortadas bem finas para não prejudicar o sabor do Caviar, afinal de contas, você está servindo caviar e não limão.

Você só encontra caviar importado, em potes e para manter bem conservado coloque na geladeira com a tampa bem vedada para que não perca o gosto ou pegue o gosto de outros alimentos contidos na geladeira.


Frutas Servidas Na Casca
Melão, mamão e melancia vêm geralmente em fatias, com a casca. Use o garfo e a faca para separar a polpa e vá cortando a fruta em pequenos pedaços conforme for comendo.

Frutas Para Descascar

Laranja, pêra, pêssego e outras. Uma das mãos prende a fruta com o garfo. A outra retira a casca ou a pele com a ajuda da faca, girando a fruta no prato. Corte em fatias para comer.

Frutas com Caroço

Pode-se comer algumas com as mãos – como a ameixa e a cereja. Separe o caroço discretamente com as mãos, do modo explicado anteriormente. A manga deve ser servida fatiada e, por conter muita água, é um desastre tentar saboreá-la com as mãos. Use o garfo de sobremesa. As uvas são retiradas do cacho e comidas uma a uma, com ou sem semente.

Importante
Quando o alimento servido for do tipo que suja as mãos, a lavanda deve estar à mesa. É uma porção de água morna aromatizada com limão e colocada em pequenas tigelas. Serve para lavar a ponta dos dedos.

Dicas Úteis

Faça Sempre

Limpe discretamente a sua boca antes de usar os copos para evitar que manchas de comida fiquem no copo, isso poderá causar efeitos desagradáveis em quem estiver próximo de você. Quanto aos talheres, segure a faca com a mão direita, com o dedo indicador mais próximo da lâmina sem encostar, e, enquanto estiver utilizando a faca, maneje o garfo com a mão esquerda. Tratando-se de uma comida que não necessite ser cortada, utilize o garfo com a mão direita. Os alimentos são cortados à medida que se come.

Não Faça

Picar todos os alimentos para depois comê-los só com o garfo ou colher, lembre-se que você não está num boteco. Ficar passando com os talheres da mão direita para esquerda ou vice-versa. Não beber a água, ou o vinho todo de uma vez. Não sopre a sopa para esfriá-la. Parece que inventaram determinadosalimentos para criar vexame. Mas tenha calma: você não precisa se sentir um cirurgião com tantas ferramentas na mesa à sua frente. Não se deixe intimidar. Em qualquer dificuldade, repare nas pessoas ao lado!

Não Faça

Evite lutar com a comida, demonstrando esforço ao cortar ou erguendo muito os cotovelos. Não se debruce sobre o prato, leve o garfo até a sua boca. Não se sirva de grandes bocados de cada vez como uma folha de alface inteira. Não faça ruídos ao mastigar. Não fale de boca cheia. Se houver uma comida de que você não gosta ou não quer se arriscar, não a recuse; sirva-se de uma porção mínima, coma o que puder e deixe o resto no prato, ou seja, disfarce, diga que está em regime. Porém, com certos alimentos como a alface, seria péssima idéia dizer que está de regime para evitá-la.

Não Faça

Não converse só com a pessoa mais conhecida ou mais bonito(a). Não fale alto demais e jamais dê risadas escandalosas, principalmente quando estiver com comida na boca. E não fale sempre com o rosto voltado para o prato.

O Bate Papo À Mesa

Se você estiver conversando, dê um tempo para a sua mastigação, antes de falar qualquer coisa, para evitar que pedaços de alimentos respinguem na cara da pessoa que está ao seu lado.

Não Fume!

Se for possível, não fume, mesmo que a dona da casa coloque cinzeiros e cigarros à mesa. Os que não fumam, com certeza não irão gostar da sua ideia.


Disposição Dos Copos, Pratos e Talheres.

Copos

Sempre da direita para a esquerda, no sentido em que serão empregados, os copos ficam dispostos na seguinte ordem: vinho branco, vinho tinto, água ou champagne. Esta é também a ordem de tamanho dos copos, o de vinho branco é normalmente menor do que o de vinho tinto, que por sua vez é sempre menor do que o de água.

Talheres

O conceito é que os talheres são utilizados sempre de fora para dentro. A quantidade de talheres à mesa, depende de quantidade de pratos servidos em uma refeição e os talheres ficam dispostos de modo que sejam utilizados na mesma ordem em que os pratos são servidos. Na mesa, os garfos ficam à esquerda do prato. As colheres de entrada ou de sopa, junto às facas, sempre com o corte voltado para dentro, ficam do lado direito do prato e os talheres para sobremesa à frente deste. O garfo para salada normalmente é menor e mais largo que o garfo principal.

Pratos

Em uma refeição à francesa, quando há alguém servindo os pratos, estes são retirados da mesa juntamente com os talheres utilizados, à medida que mais pratos vão sendo servidos. O prato de salada pode ficar sobre o prato principal e o prato de pão fica acima e à esquerda destes. O pão é um dos poucos alimentos que devem ser comidos com as mãos. O sousplat é um prato largo, colocado em primeiro lugar à mesa. Este prato serve apenas para sustentar outros pratos ou tigelas e não é trocado durante a refeição.

Guardanapos

Os guardanapos cuidadosamente dobrados podem ser dispostos à esquerda dos pratos ou mesmo no interior destes. Uma dica é elaborar um pequeno arranjo com flores e utilizar o porta-guardanapos para dar um toque. Ao sentar-se à mesa, os guardanapos são desdobrados e colocados no colo, onde permanecem durante a refeição. Ao término, o guardanapo deve ser dobrado e colocado ao lado esquerdo do prato.





















Ecad Posto Em Xeque

Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça abriu processo administrativo contra o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) por formação de cartel em direitos autorais. Motivada por denúncia apresentada pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça instaurou, no dia 16 de julho, processo administrativo contra o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) por formação de cartel. O órgão é formado por seis entidades do setor de cultura chamadas de efetivas (UBC, Socimpro, Abramus, Amar, SBacem e Sicam), e é responsável pelo recolhimento e distribuição dos direitos autorais de músicas no país. Apesar de se tratar claramente de um monopólio nessas atividades de coleta e distribuição, que já foi julgado e autorizado, não há nada do ponto de vista legal que subsidie ações do Ecad, como por exemplo, a fixação de valores de cobrança para a execução de músicas em programas de televisão, rádio ou mesmo em eventos públicos.

Na denúncia, a ABTA questiona a prática, pelo Ecad, da definição em conjunto dos valores, que segundo a associação não têm conexão com a realidade. "O problema é que o Ecad impõe às TVs por assinatura a cobrança de 2,55% sobre o faturamento total das empresas. Dá uma fortuna", criticou o presidente da ABTA, Alexandre Annenberg. Em 2009, o setor faturou R$ 7 bilhões, tomando como base esse valor, a quantia arrecadada pelo Ecad em taxas foi de cerca de R$ 180 milhões só no segmento de TV paga. "É um valor absurdo, incompatível com o mercado", reclamou Annenberg. Segundo a ABTA, o maior problema está na forma de cobrança, pois o pagamento de direito autoral incide, inclusive, sobre canais que não teriam essa obrigação de fazê-lo, como os esportivos, por exemplo. Segundo Annenberg, a ABTA chegou a fazer uma proposta ao Ecad de pagamento de 2,55% sobre o custo dos canais que transmitem músicas, mas o órgão não aceitou. Segundo o processo instaurado pela SDE, a fixação conjunta dos valores cobrados a título de direitos autorais pelo Ecad tem resultado na "cobrança de valores indiscriminados e abusivos". A interpretação da SDE é que a fixação dos valores de direitos autorais é "potencialmente competitiva", e a concorrência entre as diversas associações de detentores de direitos de autor deve ser estimulada. No entendimento da SDE as associações responsáveis pela administração do Ecad impedem - ou, no mínimo, dificultam - a constituição de novas associações de gestão coletiva de direitos autorais.

Em nota divulgada à imprensa, a ABTA disse que o Ecad seria o ninho do cartel, ou seja, o escritório serviria de palco para o conluio e instigaria a negociação ilícita. Ainda, segunto a ABTA, caso sejam condenados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê), o Ecad e cada associação podem ser obrigados a cessar imediatamente as condutas e a pagar valores que chegam a R$ 6 milhões (valor a ser pago por cada associação e pelo Ecad). Além disso, caso fique comprovada a participação de empresas no conluio, elas podem ser condenadas a pagar até 30% de seu faturamento bruto em 2009.



Bares e restaurantes também sofrem com cobranças abusivas do Ecad. A apresentação de música ao vivo é uma das formas mais usadas para atrair clientes. Há estabelecimentos que têm músicos como empregados, ou aqueles que preferem contratar regularmente, por meses seguidos, ou optam por contratar eventualmente algum músico, dupla, ou bandas. Em alguns bares, a música está presente na reprodução de video-clips em telões e em outros é apenas reproduzida eletronicamente como uma espécie de fundo, destinada a tornar o ambiente mais agradável, às vezes mais romântico. Mas, antes de optar por qualquer tipo de estratégia, é preciso analisar todos os custos e problemas possíveis da utilização da música. Segundo o advogado e diretor jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), Percival Maricato, empresários do setor de alimentação fora do lar também são vítimas das cobranças abusivas por direitos autorais impostas pelo Ecad. “O órgão, que hoje é totalmente privado, não deixa claro como calcula os preços que bares, restaurantes e similares têm que pagar por direitos autorais. Eles usam critérios econômicos que distinguem um estabelecimento de primeira linha de um mais simples. O preço estipulado por metro quadrado é definido conforme a cara do cliente”, ressaltou Maricato. Embora discorde da atuação do Ecad que, para ele extrapola todos os limites da legalidade, Maricato aconselha os empresários a não deixar de pagar as taxas. Ele ressalta que os artistas têm seus direitos autorais garantidos por lei e quem deixa de pagar, gera um passivo que quando for cobrado, pode criar uma situação difícil de administrar com relação à saúde financeira, pois o órgão faz a cobrança retroativa aos anos que o estabelecimento explorou a música sem pagar as taxas. “Meu conselho é que cada empresário negocie individualmente os valores cobrados com o Ecad”. Para evitar pagar muito Percival Maricato ainda alerta: “é melhor sonorizar o mínimo de espaço possível. Caso a música não seja um instrumento importante para manter a clientela, é ideal é não colocá-la”.
Regulamento torna obrigatórias boas práticas em lanchonetes e restaurantes. Medida atinge também cantinas, cozinhas industriais e padarias, que serão obrigadas a capacitar funcionários. Multas para infratores chegam a R$ 1,5 milhão. A iniciativa é inédita no País e promete mais segurança e saúde para os consumidores de alimentos preparados em restaurantes, lanchonetes, padarias, cantinas, bufês e cozinhas industriais e institucionais. O primeiro regulamento nacional sobre boas práticas para serviços de alimentação vai contribuir para melhorar as condições higiênicas e sanitárias desses locais. A medida foi editada pela Anvisa. Os estabelecimentos comerciais têm 180 dias – contados desde 16 de setembro de 2004 – para se adequarem ao regulamento, que inclui exigências como a capacitação de funcionários e a presença de manuais de boas práticas nos locais. As multas para os infratores são bem salgadas, variando de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. O regulamento é resultado de um ano de discussões, coordenadas pela Anvisa, entre os diversos setores envolvidos, como associações de empresas, entidades de defesa dos direitos do consumidor, instituições das áreas de educação e saúde, e órgãos municipais e estaduais de vigilância sanitária. Mais de 50 instituições apresentaram propostas ao texto.

É a primeira vez que se cria uma normatização federal desse tipo, diz o gerente-geral de Alimentos da Anvisa, Cleber Ferreira. “Já existiam códigos municipais e estaduais para fiscalização dos alimentos vendidos em restaurantes e afins, mas agora definimos padrões nacionais que irão uniformizar tanto os procedimentos da produção quanto da fiscalização”, afirma Ferreira. De acordo com o texto, as boas práticas em locais onde se vendem refeições devem abranger quesitos como a manutenção e a higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; o controle da água de abastecimento e da presença de vetores transmissores de doenças e de pragas urbanas; a capacitação dos profissionais; a supervisão da higiene dos manipuladores; o manejo correto do lixo e a garantia sobre a qualidade do alimento preparado.